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PSD é formado com ajuda de caciques regionais, de petistas e até de tucanos

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Legenda concebida por Kassab é turbinada nos Estados a partir de interesses locais e vira ajuntamento da velha oligarquia

26 de junho de 2011 | 21h 31

ESTADÃO
Christiane Samarco e Eugênia Lopes - O Estado de S. Paulo
Brasília - Concebido como projeto político paulista e pessoal do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o novo PSD nasce como um ajuntamento de sublegendas de caciques tradicionais da política nos Estados. É a partir da força local de lideranças como o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e de governadores do PMDB, do PT, do PSDB, do PSB, do PMN e do DEM, que Kassab e seus operadores constroem a sigla nacional.
Ayrton Vignola/AE
Ayrton Vignola/AE
O PSD é iniciativa do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab e do vice-governador Guilherme Afif

Líderes do DEM e do PSDB apostam que o PSD terá dificuldades para sair do papel e torcem pelo fracasso da operação. No registro da nova legenda no cartório eleitoral dois meses atrás, 33 deputados de 12 siglas diferentes anunciaram a adesão e assinaram o documento. Anúncios à parte, no entanto, até hoje nenhum político deixou sua legenda para ingressar no PSD. Nem Kassab, que agora a direção do DEM quer expulsar.

Apesar da demora, quem está com um pé no PSD diz que não tem dúvida quanto à conveniência da troca. O que vale aí é a máxima segundo a qual quem tem prazo, não tem pressa. O prazo legal em questão é o que estabelece no mínimo um ano de filiação partidária para os candidatos às eleições municipais de 2012.
Ao menos em tese, as filiações ao PSD poderão se arrastar até a primeira semana de outubro, com o cuidado de deixar claro perante a Justiça Eleitoral que essas pessoas participaram da construção do novo partido.

Padrinhos. A lista de padrinhos e patrocinadores do novo partido inclui os governadores da Bahia, Jaques Wagner (PT); do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB); de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB); de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM); do Amazonas, Omar Aziz (PMN), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Mas todos, exceto o catarinense Colombo, também vão ficar onde estão, usando o PSD como sublegenda para ampliar a força política em seus Estados.

Colombo é exceção porque integra o grupo de Kassab e do ex-presidente nacional do DEM Jorge Bornhausen. Foi este trio que formulou a ideia da nova legenda a partir da derrota na briga interna pelo comando do DEM, contra os deputados ACM Neto (BA) e Rodrigo Maia (RJ). Precisamente por isto, Neto e Maia se tornaram alvos da política predatória do PSD.

Na Bahia, Kassab se aliou ao governador petista que, não por acaso, entregou a tarefa da montagem do PSD ao vice-governador Otto Alencar (PP). O vice é um velho dissidente do grupo do ex-senador Antonio Carlos Magalhães que agora se dedica a esvaziar ainda mais o espólio daquele que já foi conhecido como “dono da Bahia”, levando todos com ele para o PSD.

Metade da bancada baiana do DEM - três deputados federais - assinou a ficha do novo partido. Até o primo de ACM Neto, o deputado Paulo Magalhães (DEM), aderiu ao PSD e passou a votar com o governo na Câmara.

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