Pensamento do dia:

"Quem não te procura, não sente sua falta. Quem não sente sua falta, não te ama. O destino determina quem entra na sua vida, mas você decide quem fica nela. A verdade dói só uma vez. A mentira cada vez que você lembra. Então, valorize quem valoriza você e não trate como prioridade quem te trata como opção."

Nos EUA, premiê de Israel anuncia concessões; palestinos rejeitam

quarta-feira, 25 de maio de 2011

24/05/2011 - 18h33

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Num aplaudido discurso no Congresso americano nesta terça-feira, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que seu país está disposto a fazer concessões e ceder parte de seus territórios num eventual acordo de paz. O retorno às fronteiras anteriores à guerra de 1967, no entanto, foi descartado. Na Cisjordânia e em Gaza, os palestinos rejeitaram a proposta e o Hamas chegou a afirmar tratar-se de uma declaração de guerra.Leia Mais
uerra.
Leia os principais trechos do discurso de Binyamin Netanyahu
No Congresso americano, premiê de Israel reafirma laço com EUA
Premiê defende posição de Israel no Congresso dos EUA
Em Washington, Netanyahu disse que a paz na região inclui "concessões dolorosas" para os israelenses, que incluem a entrega "de terras bíblicas queridas para os judeus".
No entanto, ao falar sobre as fronteiras de um potencial Estado palestino, o premiê descartou o retorno aos limites pré-1967, exigidos pela ANP (Autoridade Nacional Palestina).
Netanyahu limitou-se a dizer que as fronteiras serão "diferentes".
Em discurso sobre o Oriente Médio nesta semana, o presidente americano Barack Obama havia afirmado que um acordo deveria ser firmado nas bases dos limites anteriores à Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Susan Walsh/Associated Press
Premiê Binyamin Netanyahu diz no Congresso dos EUA que paz exigirá "concessões dolorosas
Premiê Binyamin Netanyahu diz no Congresso dos EUA que paz exigirá 'concessões dolorosas"
Obama não disse, porém, que deveria haver um retorno às fronteiras exatas pré-1967.
"Como o presidente Obama disse, elas serão diferentes das de 1967. Queremos a paz, precisamos da paz, queremos paz entre dois povos, vivendo em um Estado palestino e um Estado judaico. É meu compromisso levar meu povo para o caminho da paz", disse Netanyahu.
Em reação, a ANP disse que o pronunciamento do líder israelense é o seu "pior discurso até agora". "Foi o pior de Netanyahu, mas não é ele quem precisa se culpar por suas palavras vazias, mas o Congresso dos Estados Unidos, que o recebeu com semelhante entusiasmo", disse o porta-voz do governo da ANP, Ghassan Khatib.
"Após o discurso de Netanyahu, os palestinos não tem outra escolha: ir à ONU em setembro" na Assembleia Geral, considerou um dos negociadores de paz palestino, Mohammad Chtayyeh.
O principal negociador de paz palestino, Saeb Erekat, destacou que os palestinos pedirão em setembro às Nações Unidas sua "aceitação" como membro pleno, e não o "reconhecimento" formal do Estado palestino, o que corresponde aos países de forma individual.
CRÍTICAS
Em um pronunciamento que enfatizava sua indignação, Khatib acrescentou que este foi o "discurso do 'não', porque Netanyahu disse 'não' a tudo: aos refugiados, às fronteiras e à partilha de Jerusalém".
"Essa é realmente a paz que tanto deseja?", questionou retoricamente o porta-voz ao comentar as palavras do primeiro-ministro israelense, que afirmou que Israel seria "generoso" nas negociações.

Daniela Brik/Efe - 4.nov.2009
O negociador palestino Saeb Erekat,em imagem de 2009, diz que proposta de Israel é obstáculo à paz
O negociador palestino Saeb Erekat,em imagem de 2009, diz que proposta de Israel é obstáculo à paz
"Infelizmente, Netanyahu estragou qualquer oportunidade de tratar os assuntos cruciais do conflito de uma maneira lógica", declarou Khatib, que também atribuiu parte da responsabilidade a Obama ao indagar se "a paz que descreveu (na quinta-feira) é a mesma" da qual fala o primeiro-ministro israelense.
Recebido com constantes aplausos pelos congressistas e senadores americanos, o chefe do governo israelense reiterou nesta terça-feira cada uma de suas colocações dos últimos meses sobre a fórmula que almeja para uma paz no Oriente Médio --e que não inclui uma paz definitiva, mas um processo gradual, um Estado palestino sem Jerusalém Oriental como capital, e um sonoro "não" ao retorno dos refugiados.
HAMAS
Referindo-se ao Hamas (o grupo extremista que governa a faixa de Gaza), o premiê disse que Israel não negociará com "terroristas".
Ele pediu ao presidente da ANP, Mahmoud Abbas, que desfaça o acordo firmado com o Hamas para a divisão de poder na Palestina.
Em reação, os palestinos disseram que o discurso de Netanyahu é muito mais uma "declaração de guerra" do que de paz.
"Netanyahu não entendeu ainda o que é o governo de reconciliação", lamentou Ghassan Khatib, que lembrou que "qualquer negociação de paz não será feita com o governo da ANP, mas por meio da Organização para a Libertação da Palestina (OLP)".
A reação de outros porta-vozes oficiais palestinos não foi menos contundente, e entre a indignação e a comoção houve quem interpretasse o discurso como uma "declaração de guerra".
"É uma declaração de guerra, não de paz. Não foi oferecido nada", queixou-se o veterano negociador Nabil Shaath, para quem o que Netanyahu quer é "impor a rendição" e "apagar Jerusalém do sonho palestino".
"Netanyahu bloqueou todas as vias para criar a paz e o que quer é dividir de novo os palestinos", disse Mohammed Awad, chanceler do governo do Hamas.
Não menos combativo se mostrou Saeb Erekat, chefe da equipe negociadora da OLP, que pediu para Netanyahu dizer de uma vez que "aceita as fronteiras de 1967". "Que o faça em russo, em latim, em inglês, em francês ou em hebraico, como queira!".
Nesta quarta-feira, a liderança palestina se reunirá em Ramallah para analisar a situação depois dos discursos de Obama e Netanyahu, e decidir seus próximos passos.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/920312-nos-eua-premie-de-israel-anuncia-concessoes-palestinos-rejeitam.shtml

0 comentários:

Postar um comentário